A Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine completou 9 anos. Para comemorar seu aniversário, realizou ontem (11) um bate-papo virtual com aqueles que são ou foram seus presidentes e vice-presidentes. Mediada por Luiz Joaquim, a live contou com a presença de Luiz Zanin, Orlando Margarido, Paulo Henrique Silva e Ivonete Pinto.
Vários associados e visitantes acompanharam o resgate da história da criação, desde quando era apenas uma ideia, até a consolidação da primeira associação nacional de críticos do país, hoje com 122 membros e com representantes de todas as cinco regiões.
Ao falar sobre a Abraccine, Zanin lembrou todo o histórico e ressaltou falou a relevância de existir um espaço como esse em meio às mudanças que tanto impactaram a profissão. “Hoje há uma enormidade de posicionamentos sobre a própria crítica sobre os quais ainda estamos aprendendo a nos posicionar”, afirmou ao lembrar da diminuição do espaço nos veículos tradicionais e o aumento possibilitado pela internet. “Nossos associados têm a capacidade de se posicionar competentemente nesse admirável mundo novo”, completou.
Paulo Henrique também falou sobre a diminuição dos espaços nos jornais e as possibilidades oferecidas pelos sites. Segundo ele, havia uma abertura, mas também uma vida curta, com raras exceções, “Eram excelentes críticos, mas não tinha como dar vazão a esse trabalho”, explicou antes de falar sobre o principal marco de sua gestão, a publicação de nove livros, entre eles o 100 Melhores Filmes Brasileiros, e ideias para outros novos.
A parceria com diversos festivais do País também foi lembrada por Orlando Margarido, com o reconhecimento da associação para a composição dos júris da crítica, hoje presentes em 10 festivais brasileiros. Ele também falou sobre a filiação à Fipresci e à participação em júris internacionais.
Gestão atual.
A atual presidente, Ivonete Pinto, e o vice, Luiz Joaquim, apresentaram o resultado de uma recente pesquisa feita entre os membros, que reafirmou as conhecidas discrepâncias, como um número muito inferior de mulheres, ainda menor de pessoas negras e a ausência de transgêneros nos quadros da entidade. Os dados embasam um dos principais posicionamentos da nova diretoria quanto à necessidade de medidas urgentes de inclusão.
Como resposta a esta constatação, um dos pontos destacados pela presidente é o investimento em ações de formação, com reserva de vagas e bolsas de estudos para minorias. A primeira delas é a promoção de um curso sobre Hollywood e o mercado de cinema no Brasil, a ser ministrado pelo associado Pedro Butcher ainda em julho. Um percentual de vagas será reservado para a diversidade de raça e gênero. A Abraccine também vai oferecer bolsas em um curso da pesquisadora do movimento afrofuturismo, Kênia Freitas, filiada à associação, no mês de setembro.
Em sintonia com estas iniciativas voltadas à formação e reflexão, um conjunto de artigos inéditos no Brasil. Os textos estão sendo traduzidos e em breve estarão disponíveis no site da entidade.