Dossiê :: 46º Festival de Cinema de Gramado

Entre os dias 17 e 25 de agosto foi realizado o 46º Festival de Gramado e, mais uma vez, a Abraccine apoiou o júri da crítica organizado pela Accirs – Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Como de costume, a associação publicou o dossiê em seu site, destacando “a presença fortíssima da técnica animação, os longas-metragens gaúchos, as produções nacionais de extremos – da sutileza à transgressão, o encontro dos críticos no evento organizado pela ACCIRS e também o coroamento de uma emblemática produção para o cinema paraguaio, entre outros momentos que marcaram o Festival de Gramado.”

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Clique no título para ler o texto completo e boa leitura.

“No último Festival de Cinema de Gramado, as animações representaram o corpo de trabalho mais interessante. Tanto o longa A cidade dos piratas (2018), de Otto Guerra, quanto os curtas-metragens Torre (2017), de Nádia Mangolini, e Guaxuma (2018), de Nara Normande, utilizam a técnica animação com bastante inventividade para imaginar narrativas documentais.”
As possibilidades da animação como relato
por Gabriel Carneiro, integrante do Júri da Crítica ACCIRS/ABRACCINE, jornalista e crítico de cinema

“Tendo em vista que os homens presentes na trama possuem pouco protagonismo e quando aparecem se prestam comicamente apenas a carregar caixas e um piano, o filme de Martinessi é essencialmente feminino. E nesse universo repleto de mulheres, quase todas na terceira idade, que suas personagens travam um constante embate entre mulheres dominadoras e dominadas, além de eventuais imposições de papéis e espaços incubido às mesmas.”
As Herdeiras: o espaço e a pele em que se habita
por Renato Cabral, presidente do Júri da Crítica ACCIRS/ABRACCINE, crítico do site Calvero (Pelotas)

“Poucas vezes vemos tamanha segurança na arte de narrar uma história simples, de pequenos percalços, pequenos sonhos e pequenos traumas, atingindo grandes emoções e imensa poesia. Pensar em Benzinho é pensar também na tuba, na escada colada à janela, nos sonhos de um empreendedor fracassado, na esperança de uma irmã maltratada pelo marido, nas brincadeiras entre primos, nas brigas de quem se ama e se entende muito bem.”
Dois bons longas em Gramado
por Sérgio Alpendre, integrante do Júri da Crítica ACCIRS/ABRACCINE, jornalista e crítico de cinema da Folha de São Paulo

“A atuação da crítica cinematográfica está intrinsecamente ligada à tradicional presença desses profissionais nos festivais de cinema, terreno sempre fértil para a reflexão. Nada mais justo, então, que as comemorações de 10 anos da Associação dos Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (Accirs) fossem realizadas durante o 46º Festival de Cinema de Gramado, com uma mesa de debate justamente sobre a importância da crítica nas mostras de cinema, realizada durante a tarde do dia 24 de agosto.”
Encontro da Crítica
por Siliane Vieira, integrante do Júri da Crítica ACCIRS/ABRACCINE, jornalista e crítica de cinema do Jornal Pioneiro (Caxias do Sul)

“Olhando em retrospecto, fica claro que a essência desta mostra foi o real, seja em produções francamente documentais, seja no cruzamento sugerido da ficção com a não ficção. Este recorte das produções gaúchas seria indicativo de que investidas como Rifle, de Davi Pretto, lançado há dois anos, repercutem (…)”
O hibridismo chegou ao Sul
por Ivonete Pinto, mediadora dos debates de longas-metragens gaúchos, professora dos cursos de Cinema da UFPel e editora da Revista Teorema

“A habitação emergiu, portanto, não apenas como cenário e locação, mas também como personagem. A falta de uma casa pode significar o mais profundo estado de abandono, não apenas da estrutura física de quatro paredes, mas do que ela pode significar: a dignidade, o aconchego, a proteção (…) ”
A casa como extensão da vida
por Adriana Androvandi, jornalista e crítica de cinema do jornal Correio do Povo (Porto Alegre)

“(…) Filmado há cinco anos, Sem Abrigo já toca em questões bem atuais como o abuso, a estrutura frágil das moradias oferecidas pelo poder público e vida ainda mais difícil das ruas. Por mais que a personagem tente, a cidade grande intimida e a falta de referências a fazem uma estranha e uma excluída deste ambiente (…)”
Sem moradia e sem esperança
por Mônica Kanitz, presidente do Júri da Crítica da Mostra de Curtas Gaúchos, jornalista do jornal Metro (Porto Alegre)

“(…) A grande sacada estética-narrativa do filme é justamente absorver essa condição de desiquilíbrio para a sua própria formatação. Se em um primeiro momento a abordagem da obra é a de teor naturalista, em momentos pontuais e decisivos da trama fica evidente um tom delirante em sua atmosfera cênica, como se o aparente realismo se convertesse em um teatro de absurdos do cotidiano, principalmente quando uma série de situações-limites vão convergindo para uma possível quebra da psique de Irene (…) ”
Benzinho
por André Kleinhert, crítico de cinema e editor do blog Anti-dicas de Cinema

“Da técnica de animação de areia, rigorosamente escolhida para dar movimento as suas memórias, ficamos com a efemeridade das imagens, assim como da vida, fantasmas de areia que somos. Conferindo um corpo robusto às reminiscências de Nara, ouvimos um relato em primeira pessoa doce, melancólico, hesitante e corajoso, monumentalmente narrado pela diretora, personificando a colagem de recordações (…)”
A Praia de Nara
por Juliana Costa, pesquisadora e crítica de cinema do Zinematógrafo (Porto Alegre)

” (…) Porém, toda a boa vontade do mundo não escondeu o desconforto com dois filmes selecionados para a competição que desistiram do Festival, colocando os curadores na posição incômoda de trocar às pressas os filmes fujões por outros, antes secundarizados.”
Festival de Loucuras
por Paulo Casanova, crítico de cinema do Zinematógrafo (Porto Alegre)

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