Crítica: O Homem que Não Dormia
Não é apenas por efeito ou exercício de graça que a frase “Seja cristão ou não receba no coração” aparece em tela preta nos primeiros fotogramas de O Homem que Não Dormia, segundo longa-metragem do baiano Edgard Navarro. A frase é um pedido sincero. Navarro fez um filme verborrágico, calcado numa fabulação extrema, quase caricatura, rico em estranhezas e imagens desconfortantes. Sabe disto, solicita adesão e não desconfiança.
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Crítica: O Som ao Redor (imagem acima)
“Pelo tamanho do lançamento, modesto até mesmo para os padrões nacionais, o pernambucano O Som ao Redor já é um sucesso nunca antes visto na história deste País. O filme de Kleber Mendonça Filho é um instantâneo atualíssimo de um Brasil atravancado por relações arcaicas e, ainda assim, ansioso por dar passos gigantes. Apontado como um dos dez melhores do mundo em 2012, pelo jornal New York Times, e celebrado na lista da tradicional revista inglesa Sight & Sound em 15º lugar, o filme tem provocado uma onda nas redes sociais.”
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Crítica: Eles Voltam
“Espera, encontros e descobertas embalam o road movie Eles Voltam, que desce do carro para seguir a pé ou de bicicleta. Sendo que isto de se locomover por “meios alternativos” parece apenas consequência de ocasião, mas se encaixa perfeitamente no filme que faz Marcelo Lordello, autor do documentário Vigias (2010), em seu primeiro longa de ficção. Eles Voltam não toma parentesco com qualquer recente subgênero do cinema nacional, sejam as tramas de costumes ou mesmo os dramas adolescentes, o que de mais próximo se têm à mão para tentar identificar semelhanças com esta jornada.”
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Crítica: Tatuagem
“O que nos roteiros de Lacerda ganhava a tela com contundência – por exemplo, a ira sagrada do poeta vivido por Irandhir Santos em Febre do Rato (2011), do citado Assis – ganha outro tipo de força em Tatuagem. O mesmo ator, sem dúvida um dos melhores do cinema brasileiro, traz a mesma fúria de seu tipo anterior, mas vertida em amor. Não é pieguice dizer que Tatuagem é um filme sobre a ânsia por liberdade, sobre o poder transformador da arte, mas principalmente sobre o amor manifestado em seu grau mais cru. O amor que consome Clécio Wanderley (Irandhir Santos) é verbalizado e expresso a todos (e com todos) da trupe de teatro mambembe que lidera.”
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O grande ano do filme pequeno
“Um bom caminho para sintetizar o ano cinematográfico de 2011, no que se refere a veiculação da produção brasileira, passa pela inevitável citação do projeto Sessão Vitrine, que colocou no circuito um punhado considerável de “filmes indomáveis”, geralmente restritos ao ciclo dos festivais. Esta ideia de distribuição, colaborativa, pequena em seu volume e alcance, consolidou-se como a experiência simbólica mais
proveitosa, deixando significativo legado.”
Clique para ler mais: O grande ano do filme pequeno – parte 1 e O grande ano do filme pequeno – parte 2.