Por Bruno Carmelo
No começo, é difícil saber em qual gênero se insere O Lobo Atrás da Porta. Uma criança é sequestrada, mas logo nos avisam que não é nada sério, trata-se apenas da brincadeira de Rosa (Leandra Leal), uma amante ciumenta que tenta chamar a atenção do homem que ama, Bernardo (Milhem Cortaz). As cenas conjugais entre Bernardo e sua esposa (Fabiula Nascimento) beiram o drama, já os momentos de interrogatório, com um delegado desbocado (Juliano Cazarré), entram no território da comédia.
Entre a seriedade e a descontração, este filme vai tateando o seu terreno. O roteiro avança de acordo com os depoimentos: à medida que os personagens fornecem suas versões e álibis, flashbacks ilustram cada ponto de vista. Logicamente, as versões passam a se contradizer, alguns fios soltos não se conectam, e o espectador tem consciência de estar diante de uma ciranda de mentirosos, com vários segredos a esconder. O diretor e roteirista Fernando Coimbra tem prazer em fornecer falsas pistas, conduzir o espectador a impasses, forçando-o a dar uns passos atrás e buscar novas hipóteses.
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