Em homenagem ao cineasta português Manoel de Oliveira, morto no último 2 de abril, a ABRACCINE publica a partir de hoje uma série de textos de nossos associados.
Manoel de Oliveira
Por Luiz Zanin
Houve um tempo em que o nome de Manoel de Oliveira era praticamente desconhecido no Brasil. Foi a Mostra de Cinema de São Paulo, e seu criador, Leon Cakoff, que nos apresentaram a Manoel, que então se incorporou ao repertório cinefílico brasileiro.
A partir da retrospectiva que Leon promoveu, Oliveira tornou-se um nome corrente no Brasil, pelo menos entre aqueles que apreciam o cinema dito de arte, ou seja, diferente do mainstream comercial. Ele, em pessoa, passou a vir a quase todas as edições da Mostra, apresentava seus novos filmes, dava entrevistas e tornava-se familiar a todos nós.
Numa dessas visitas, reuniu-se a outro veterano do cinema, o fotógrafo Gabriel Figueroa (que trabalhou com John Ford e Luis Buñuel) e ambos trocaram ideias sobre o cinema. Nessa conversa de veteranos, havia quase dois séculos de experiências reunidas. Clique aqui para ler mais.
Os mestres e seus princípios
Por Ivonete Pinto, Revista Teorema
A partir dos filmes Five e O Quinto Império – Ontem como Hoje (imagem ao lado) , este artigo propõe examinar dois traços definidores em Abbas Kiarostami e Manoel de Oliveira: a imagem e a palavra.
Enquanto Abbas Kiarostami celebra o não-dito, Manoel de Oliveira torna a palavra elemento orgânico em seus filmes. Um elege a imagem como forma de expressão, o outro a palavra, a língua. Se esta tese não serve para toda a obra dos dois cineastas (em Dez, de Kiarostami, preponderam os diálogos, e O Convento, de Oliveira, cultiva silêncios monásticos), aplica-se sem dúvida aos seus últimos trabalhos.
Five, do iraniano, é experiência formal hardcore, sem enredo, sem personagem, sem um chiado de palavra sequer. Em O Quinto Império – Ontem como Hoje, do português, as sílabas parecem saltar da tela.Clique aqui para ler mais.