Completando o nosso dossiê sobre Nelson Pereira dos Santos, resgatamos aqui algumas críticas de nossos associados a filmes deste que foi um dos mais importantes cineastas da história do cinema brasileiro.
Críticas (clique no nome para ler mais):
Vidas Secas
“Um caso raro de adaptação para o cinema que nada deve à história original, do livro homônimo de Graciliano Ramos. O vencedor do grande prêmio da crítica do Festival de Cannes de 1964, Vidas Secas é a comovente história da família do retirante Fabiano e sua cadela Baleia, síntese da vida de milhões de flagelados da seca nordestina.”
Neusa Barbosa
A Música Segundo Tom Jobim
“Com sua sensibilidade aguçada, “A música segundo Tom Jobim” é uma viagem sensorial por um universo musical bastante rico. É também uma jornada por nossa cultura e a visão desta pelo mundo afora. “Garota de Ipanema” é uma das músicas mais cantadas no mundo – e no documentário não é diferente, trazendo diversas versões dela, na interpretação de músicos como Errol Garner, Pat Hervey, Marcia e Lio – fora a versão original.”
Alysson Oliveira
A Luz do Tom
“Como o próprio Nelson anunciou no lançamento do longa anterior, este segundo documentário segue um estilo mais convencional, com entrevistas. Juntos, os filmes formam um díptico, estabelecendo um diálogo entre a vida e a obra do músico. Baseado na biografia Antonio Carlos Jobim – O homem iluminado, da irmã dele, Helena Jobim, o longa se propõe a fazer um retrato intimista do músico por meio do depoimento das três principais mulheres de sua vida.”
Alysson Oliveira
Brasília 18%
“Oscilando assim, entre um clima surrealista e detalhes sordidamente realistas, o filme desdobra uma trama que tem total semelhança com fatos lidos diariamente nos jornais – com a vantagem de elaborá-los com a liberdade necessária para que o espectador possa refletir a respeito.”
Neusa Barbosa
Tenda dos Milagres
“Diferente de O AMULETO DE OGUM (1975), que tinha um andamento mais ágil e uma edição bem picotada, em TENDA DOS MILAGRES, Nelson Pereira dos Santos diminui um pouco o acelerador, como se absorvido pela malemolência do povo baiano. Ainda assim, é um filme que tenta abarcar muita coisa, que é ambicioso.”
Ailton Monteiro
A terceira Margem do Rio
“A magia do conto infelizmente não encontra forças no filme, que parece amador, feito de qualquer jeito. Nem parece o mesmo diretor de MEMÓRIAS DO CÁRCERE ali. Dá-se um desconto por causa das dificuldades de produção. Mas há tantos filmes que passaram por infernos nos bastidores e que nasceram belos e poderosos.”
Ailton Monteiro
Como era gostoso o meu francês
“Interessante como a obsessão de um cineasta por um projeto faz toda a diferença. Quando Nelson Pereira dos Santos estava doido para fazer VIDAS SECAS (1963), o universo parecia conspirar contra ele, mas, no fim das contas, o filme foi realizado no tempo certo, depois de ele ter feito alguns trabalhos inferiores, mas que funcionaram como um ensaio para a criação de uma obra-prima. Do mesmo modo, COMO ERA GOSTOSO O MEU FRANCÊS (1972) era um projeto antigo de Nelson e que por uma razão ou outra acabava não dando certo.”
Ailton Monteiro