Parasita, de Bong Joon-ho
“Parasita é daqueles filmes que chamam a atenção pelo conjunto da obra. Impactante, criativo, bem construído e ao mesmo tempo com uma linguagem fácil, que dialoga com todos. Sofisticado e simples ao mesmo tempo, sem deixar de ser surpreendente. Nos pegamos pensando nele e refletindo sobre nossas próprias atitudes diante do mundo e dos outros que nos cercam. Em especial, se vivemos em situação de privilégio.”
Amanda Aouad
“Os desdobramentos das ações, na realidade, produzem novas histórias e situações-problema. Constituem-se num desafio novo a cada um dos personagens, deixando sempre em aberto aonde é que tudo isso vai parar. É um filme imprevisível, mas que conta com um roteiro muito bem engendrado.”
Antonio Carlos Egypto
“O que não se pode negar é a força de Parasita em nos tirar do lugar comum, em armar o bote e nos fazer desejar pela próxima peça que será pregada. Bong Joon Ho não é oportunista, mas um cineasta inteligente e que respeita seu público. Deixa nas entrelinhas vários temas, criando um clima perfeito para seguir com o filme na cabeça por dias à fio. Ou meses. Um parasita agradável de ter.”
Bianca Zasso
“Um filme que vem para perturbar, num momento em que as pessoas realmente precisam ser perturbadas. Não é possível que se continue vivendo no mundo onde tamanha desigualdade existe e não se pare para pensar sobre isso. Especialmente para aqueles que acham que as pessoas vivem assim porque querem.”
Cecilia Barroso
“E se o filme começa como uma comédia, apostando nos truques e trapaças dos Kim, logo se desdobra para o horror e para o drama, as únicas formas possíveis para lidar com a injustiça e o descaso. O drama é usado como possibilidade de comentário político, mas o terror como o retrato da violência como única possibilidade para se ter uma resposta pronta para a desigualdade social estrutural e estruturante. Catártico e ao mesmo tempo anticlimático, Parasita instiga uma reflexão acerca da estratificação e da quase impossibilidade de deslocamentos entre classes sem que haja uma brusca ruptura no tecido social.”
Isabel Wittmann
“Parasita mistura gêneros muito bem, tem uma direção de atores supimpa, mas opta no final pelo histrionismo catártico. Nada a estranhar. Bong Joon-ho assinou o horror O Hospedeiro (2006), o drama Mother (2009), o mais sensível sensível episódio de Tokyo! (2008) e o inominável besteirol Okja (2017). Um diretor eclético no perfil, que em Parasita fez um mix de estilos e com isso agradou plateias mais amplas. Opera num registro, o da mistura de gêneros, que equivale ao Bollywood Massala indiano, só faltou o musical. Tem, no entanto, uma capacidade de comunicação inegável em que o Oscar só o comprova.”
Ivonete Pinto
“Parasita tem um ritmo avassalador, que deixa o espectador inquieto, pensando – afinal, como tudo isto vai acabar? O filme é uma pancada. Uma não, várias, a ponto de deixar seu público atordoado, mas com muita condição de ficar feliz com a criatividade das múltiplas camadas e direções que o filme leva sua imaginação a tomar.”
Neusa Barbosa
PODCAST
Cinema na Varanda, com Chico Fireman
Cinematório Café, com Renato Silveira
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