Dossiê: 32º Cine Ceará

Entre os dias 7 e 13 de outubro, aconteceu, em Fortaleza, a 32ª edição do Cine Ceará.

A Abraccine manteve sua parceria com o festival e a Aceccine (Associação Cearense de Críticos de Cinema) para a entrega dos prêmios de Melhor Longa Ibero-americano (“Inseparáveis”, de María Álvarez) e Melhor Curta Brasileiro (“Infantaria”, de Laís Santos Araújo). Nesta edição, nosso júri foi formado pelas críticas Joice Scavone, Neusa Barbosa e Raiane Ferreira.. Saiba mais sobre a premiação aqui.

Confira a seguir o dossiê com textos produzidos por associadas e associados da Abraccine sobre filmes exibidos no 32º Cine Ceará.

Confira também em nosso site as críticas de Raiane Ferreira sobre o curta “Infantaria” e de Neusa Barbosa sobre os longas “Vicenta B.” e “Meninos de Las Brisas”.

Boa leitura!

O Acidente

Divulgação

“O longa-metragem de estreia de Bruno Carboni é surpreendentemente mais solar do que seus curtas mais famosos, O QUARTO DE ESPERA (2009) e O TETO SOBRE NÓS (2015). Mas é solar apenas na luz que permeia as imagens, não exatamente no tema, que é delicado e filmado de uma maneira que às vezes faz lembrar Robert Bresson, o que eu vejo como algo positivo. Também senti ecos dos irmãos Dardenne – lembrei-me de O GAROTO DA BICICLETA, principalmente.”
Por Ailton Monteiro

“Carboni consegue criar um trajeto que leva o espectador por caminhos não exatamente previsíveis, elaborando uma metáfora de um país dividido e em pé de guerra que chega a um lugar de humanização. Não é pouco para um trabalho de estreia, num filme tecnicamente bem construído e que, eventualmente, se sente um pouco frio, talvez pela preocupação com a contenção, para não desaguar num melodrama, como seria fácil atingir.”
Por Neusa Barbosa

“Seco, em algumas passagens até mesmo bruto e cortante, mas indo direto ao ponto, Bruno Carboni deixa claro saber o que procura alcançar com esse discurso, ainda mais quando tudo deságua em uma explosão singela, mas poderosa o bastante para eliminar dúvidas e fortalecer aquilo que realmente importa. Um gesto até mesmo simples, mas dono de uma energia tão singular frente a qual se mostra ser impossível manter-se indiferente.”
Por Robledo Milani

A Filha do Palhaço

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“O segundo longa-metragem solo de Pedro Diógenes é menos ambicioso que PAJEÚ (2019), uma obra mais profunda e que lida com a memória e o medo do esquecimento. Antes disso, Diógenes havia trabalhado em outros longas de importância fundamental para a arte brasileira. Eu adoro especialmente COM OS PUNHOS CERRADOS (2014), assinado junto com Ricardo Pretti e Luiz Pretti, que não costuma ser um dos mais lembrados de sua filmografia, e que é um grito de revolta e uma ode à liberdade que traz ideais anarquistas ao centro do debate.”
Por Ailton Monteiro

“Reiterando uma tendência recente no cinema brasileiro mais recente, o longa A Filha do Palhaço, de Pedro Diógenes, sintonizou a nota do afeto. O projeto veio sendo desenvolvido por 10 anos, sendo atropelado pela drástica redução das verbas de investimento do Ministério da Cultura e a pandemia. ‘Filmamos entre a primeira e a segunda onda’, contou o diretor, no debate do filme.”
Por Neusa Barbosa

“Demick Lopes é um ator tão completo que até seus parceiros de cena melhoram quando ao seu lado. O jogo que estabelecem, principalmente o que se percebe com Sutter, uma jovem dando seus primeiros passos nesse âmbito, é fundamental para que um inevitável despreparo ao abordar tantas e relevantes questões se torne mais acessível ao espectador, que desta reunião se vê frente a elementos que vão além da superfície.”
Por Robledo Milani

Vicenta B.

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‘Não que os espíritos não estejam falando com você. É o contrário. Você é que não os está ouvindo’. Essa frase, dita já próxima ao fim do longa dirigido por Carlos Lechuga (Santa e Andrés, 2016), é a chave para o entendimento do drama vivido pela protagonista de Vicenta B. Inspirada na própria avó do realizador, essa é uma mulher com um peso sobre si, e por causa desse atravessa um embate pessoal para descobrir como dele se livrar. Mais do que os eventos que cercam a narrativa, este é um filme sobre uma personagem em particular e como ela irá reagir frente a cada um destes conflitos que lhes são postos.”
Por Robledo Milani

“Ainda que impregnado de um certo clima de realismo fantástico, por conta das visões de Vicenta, o filme extrai um potente naturalismo de suas sequências mostrando uma Cuba bastante empobrecida, de casas precárias e onde os jovens, como o filho de Vicenta, Carlitos, estão partindo em êxodo. Do lado de cá, ficam velhos, mulheres sozinhas e jovens como Mônica, que procura a cartomante em busca de ajuda e toma atitudes desesperadas quando não obtém o que deseja.”
Por Neusa Barbosa

Mais críticas

Curtas pernambucanos, por Luiz Joaquim

“Green Grass”, por Neusa Barbosa

“Inseparáveis”, por Neusa Barbosa

“Lo Invisible”, por Neusa Barbosa

“Meninos de Las Brisas”, por Neusa Barbosa

“A Piedade”, por Neusa Barbosa

Leia também:

Entrevista com Camila Pitanga (Homenageada Trofeu Eusélio Oliveira), por Robledo Milani

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