por Antonio Carlos Egypto
por
O Gebo e a Sombra, o mais recente longa-metragem do mestre português Manoel de Oliveira, é uma adaptação de uma peça do dramaturgo lusitano Raul Brandão, escrita no início do século XX. Um belíssimo e profundo trabalho.
Gebo (Michael Lonsdale), já idoso, precisa continuar trabalhando como contador de uma firma e fazer a escrita nos livros contábeis até a noite, em casa, para manter a família, levando uma vida de pobreza e privação. Isso acontece porque ele é um homem honesto e sem ambições.
Com ele vivem sua mulher, Doroteia (Claudia Cardinale) e sua sobrinha Sofia (Leonor Silveira), casada com seu filho João (Ricardo Trêpa), que sumiu de casa há oito anos e se tornou a sombra de Gebo e da família. A mãe, obcecada por notícias de João, reclama da vida que leva e só fala dele. Gebo a poupa de tudo o que sabe a respeito do filho. Mente para ela, procura protegê-la por meio da ignorância. Participam da história dois vizinhos, que costumam aparecer para um café: papéis de Jeanne Moreau e Luís Miguel Cintra.