9º Olhar de Cinema: Mostra Competitiva

Los Lobos

Boa parte da narrativa retrata o confinamento e a solidão dos meninos, brincando um com o outro e espiando a vida lá fora. Neste jogo interior/exterior, o filme equilibra uma notável tensão dramática, criando expectativas sobre a incursão deste mundo externo na vida dos meninos, este território por ora proibido e que encerra perigos reais e imaginários.
Por Neusa Barbosa

Kishi não está interessado em explicar o que aconteceu com o pai dos garotos ou porque aquela mulher fugiu de onde morava. O foco é o estranhamento, o isolamento e o processo de reconstrução.
Por Chico Fireman

Luz Nos Trópicos

O filme se lança num emaranhado labiríntico e rigoroso de encenação austera, escondido talvez por trás de uma aparente liberdade de trânsito e movimento na relação da câmera com os atores e suas interações em cena.
Por Rafael Carvalho

O tempo do plano, que acompanha mansamente a feitura de um beiju pela indígena do Xingu, também pode nos dar uma rasteira e, por meio de um corte seco, nos levar diretamente para a neve urbana. Como um mergulho súbito em água gelada, já não sabemos bem onde estamos. Será que algum dia soubemos?
Por Juliana Costa

Na Cabine de Exibição

Ao buscar o olhar da garota e tentar a todo custo que ela veja o seu ponto de vista, Ra’anan Alexandrowicz também está ressignificando aquilo tudo, porque, com sua interpretação, ele vai nos expondo uma visão de que aquela garota está errada em não perceber o erro de sua crença.
Por Amanda Aouad

Nasir

O trabalho de captura, apesar do que poderia se supor, na verdade não prescinde de sofisticação na criação de planos. Embora o filme não abra mão dessa aproximação com o registro documental na escolha de foco, no caráter observacional da forma com que aborda seus personagens, o fluxo de imagens não é carente de cuidado e delicadeza.
Por Francisco Carbone

Noite Perpétua

Do que não se vê pela ausência de luz ou pela opção de não mostrar àquilo que é explícito em gestos ou palavras, do tenebrismo pictórico à influência deste no palcos, não há nada em tela que extrapole ou não faça sentido.
Por Cecilia Barroso

Panteras

Se não chega a explorar suficientemente as questões que afligem as personagens ou todo o potencial delas, o curta se mostra mais eficiente na abordagem geral sobre os padrões de beleza femininos, especialmente com a cena de abertura do vestiário, na naturalidade de corpos com estrias, celulites, gorduras a mais, cicatrizes ou menstruando, e a escolha pelo aspect ratio 4:3 induzindo essa pressão midiática e social quanto a isso através do formato de tela.
Por Nayara Reynaud

Um filme dramático

Se no início do filme, o que temos são imagens fora de foco e trêmulas em grande volume, ao final, quatro anos mais tarde, já percebemos uma intencionalidade nas imagens que objetiva registrar o que pode haver de poético, por exemplo, em pombo pousados na estrutura de uma ponte sobre o Sena.
Por Luiz Joaquim

Victoria

Victoria é uma obra digna de reflexão e que conversa muito com o atual momento no mundo. As instituições falham com as pessoas e, ainda assim, permanecem agindo como se elas tivessem qualquer tipo de apoio ou que nada de errado estivesse acontecendo — por mais que isto aconteça tão abertamente, em plena luz do dia.
Por Barbara Demerov

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