Casa Grande, ou a sociedade de classes à brasileira
Por Luiz Zanin (SP)
O título já diz muito. Casa Grande (foto acima), claro, pode indicar um diálogo com o clássico pernambucano de Gilberto Freyre. Casa Grande & Senzala, um dos grandes títulos da “interpretação” do Brasil, dos anos 1930 (tendo como “colegas” Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, e Formação Econômica do Brasil, de Caio Prado Jr.) faz um agudo diagnóstico do relacionamento de classes sociais numa sociedade de origem escravocrata, como a nossa. Permeada por relações de “cordialidade” (aqui para usar o termo buarquiano) e afeto, os conflitos de classe não parecem tão claros no Brasil como em países de formação diferente. Nem por isso são menos agudos. Nem menos cruéis. Para ler mais, clique aqui.
O cinema infanto-juvenil na Mostra
Por Roberto Cunha (RJ)
O cinema infanto-juvenil, de uns tempos para cá, foi invadido por superproduções, a maioria delas de Hollywood, que reencontrou na garotada potencial de faturamento. Embora alguns leitores possam discordar desse “abandono” do gênero, o fato é que as animações, cada vez mais focadas na família, meio que tomaram esse espaço. A verdade, porém, é que são produtos diferentes e o mercado já percebeu isso. Encarado como um negócio da China, o número de lançamentos cresceu consideravelmente e o Brasil, parece, começou a botar as manguinhas de fora, mesmo que enfrentando uma batalha desigual contra os gigantes internacionais.
Exemplos de fora não faltam, como o feiticeiro Harry Potter (2001-2011), a saga Crepúsculo (2008-2012) e Jogos Vorazes (2012), que estreia novo título agora, em novembro, e fecha em 2015, com Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 2. As três franquias encheram os cofres dos estúdios e, goste ou não da saga vampírica ou dos bruxinhos de Hogwarts, eles atraíram um novo público e resgataram essa coisa da aventura juvenil. E se a qualidade do conteúdo pode ser duvidosa para uns, o que preocupa de verdade é essa espécie de “padronização”, buscando transformar o “papel” que vem das livrarias em “bilhetes”. Afinal, ao adaptar livros (quadrinhos e jogos também se tornaram foco das atenções), o texto original perde espaço e o espectador fica refém de um estilo, formato etc. Como essa “morte” ainda não aconteceu, quando aparece algum guerreiro solitário focado nessa galerinha, vale festejar.
A ambiguidade de Castanha e Ausência
Por Sérgio Rizzo (SP)
O hibridismo entre ficção e documentário na produção brasileira contemporânea encontrou ao menos dois ótimos exemplos na programação da 38ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo: Castanha (imagem ao lado), o primeiro longa-metragem do gaúcho Davi Pretto, e Ausência, o segundo longa de ficção do carioca (radicado em São Paulo) Chico Teixeira. Para ler mais, clique aqui