Dossiê Abraccine traz os filmes vencedores das principais premiações (fora de festivais) do ano: Oscar, César, BAFTA, Goya, London Critics’ Circle Film Awards, Critics’ Choice Awards, Independent Spirit Awards, Globo de Ouro.
O grande vencedor do Independent Spirit Awards esse ano foi “Corra” que levou o prêmio de melhor filme e melhor diretor para Jordan Peele. Destaque também para “Visages Villages” de Agnès Varda e JR que levou o prêmio de Melhor Documentário.
Sobre Corra (clique no nome para ler o texto completo):
“Ainda que não seja uma regra do gênero, alguns dos melhores filmes de terror são aqueles que conseguem inserir alguma discussão político/social nas entrelinhas da sua narrativa. Trata-se de algo que pode ou não ficar claro no decorrer do longa, mas cujo contexto torna a experiência mais completa para o espectador.” Daniel Medeiros
“O mais incrível entretanto, e que deve nos chocar em Corra!, é o fato de estarmos em 2017 vendo uma criação artística que propõe uma situação absurda e extrema para ressaltar aquilo que já deveria ter sido dissolvido por uma sociedade madura. O racismo.” Luiz Joaquim
“Com a atmosfera do pavor bem plantada, agora só resta esperar a colheita extremamente eficaz. E o que pode parecer uma metáfora clara, do racismo, na verdade é descortinada de uma forma bem mais elaborada, com o medo a seu favor.” Daniel Herculano
“Peele não reinventa a roda. Ele usa os recursos típicos do terror, como a câmera que gira para revelar algo ou alguém assustador à espreita do personagem. Mas aqui, o movimento, usado reiteradas vezes, é um reflexo da estrutura do próprio filme, que revela haver um lado negro – ou melhor, branco – por trás do mais simpático dos liberais.” Daniel Oliveira
Sobre Visages Villages (clique no nome para ler o texto completo):
“Uma atração à parte são as conversas entre Agnès e JR, dois artistas que se comunicam, provocam, correspondem de uma maneira que prova que a idade é uma questão de espírito. A música e a animação dos créditos são outras pérolas dentro da pequena joia que é este filme.” Neusa Barbosa
“O filme é tudo isso, mas é, principalmente, uma jornada de encontro entre Agnés e JR. A narração de ambos, a maneira como vão se abrindo e suas conversas durante à viagem dão o molho especial à obra que nos envolve e encanta, principalmente por essa mulher tão importante para a história do cinema e que ficou esquecida pelos livros e listas de grandes cineastas.” Amanda Aouad