Dossiê Abraccine traz os filmes vencedores das principais premiações (fora de festivais) do ano: Oscar, César, BAFTA, Goya, London Critics’ Circle Film Awards, Critics’ Choice Awards, Independent Spirit Awards, Globo de Ouro.
A premiação francesa consagrou o filme “120 Batimentos por minuto” como grande vencedor do ano com seis prêmios césar (Melhor filme, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original, melhor montagem, melhor trilha sonora, melhor revelação masculina). Já o melhor filme estrangeiro foi o russo “Sem Amor” de Andrey Zvyagintsev.
Sobre 120 batimentos por minuto (clique no nome para ler o texto completo):
“(…) Mas o romance é a mera ferramenta que o longa usa para retratar as ações do ACT UP e os conflitos, discussões políticas e tensões naturalmente surgidos entre pessoas comuns assumindo o peso de solucionar uma crise de que o Estado se absteve – isso enquanto morriam e viam os amigos mais queridos morrerem a seu lado.” Daniel Oliveira
“(…)Pois aqui temos um filme que pulsa não de acordo com o ritmo normal, nem diante do que se poderia esperar como uma leve agitação. É uma batida crescente, forte e arrebatadora, que não pede permissão, apenas chega e ocupa seu lugar de direito. A verdade está presente, e precisa ser vista, dita e refletida. Afinal, se ignorância é a morte, o conhecimento é a salvação.” Robledo Milani
“Entre tantos aspectos, o filme de Campillo também conquista pela sutileza cinematográfica. Os “120 BPM” no título também pode ser relacionado com a música eletrônica (algumas com a frequência de 120 batidas por minuto) que particularmente na França do final dos 1980 e início dos 1990 ganhou destaque internacional, sendo seu ícone maior a dupla Daft Punk.” Luiz Joaquim
“Existe muita paixão em 120 Batimentos por Minuto. A paixão dos personagens reais, que defendem sua causa acima de todas as coisas. E a paixão também no registro destes personagens por um diretor interessado em capturar sua urgência e intensidade.” Chico Fireman
“É bom que o cinema trate do assunto com clareza, como fez “120 Batimentos por Minuto”. É hora de avançar, nunca de retroceder.” Antonio Carlos Egypto
“O que chama a atenção no filme de Robin Campillo é que, apesar de ativista e retratando um momento específico, consegue ser universal e tocar a todos com sua narrativa.” Amanda Aouad
Sobre Sem Amor (clique no nome para ler o texto completo):
“Se existe alguma tentativa de humanizar os protagonistas, ela acontece tarde demais, quando o sentimento mais forte em quem assiste ao filme já é o de que eles merecem punição pelos crimes cometidos. É lamentável desperdiçar personagens que poderiam ser bem complexos em decisões maneiristas e rasas que parecer servir unicamente para fazer valer o clamor por vingança neste mundo dominado por fundamentalismos.” Chico Fireman
“Sem Amor é um filme paradoxal. Falar de questões emocionais extremamente fortes através de uma estrutura gélida que assusta. E, exatamente por isso, consegue despertar emoções diversas em seu espectador.” Amanda Aouad
“Política à parte, “Sem Amor” funciona com seu elenco competente e sua recusa a sentimentalidades e redenções fáceis. Assim como o restante da filmografia de seu diretor, não se trata de um filme agradável ou fácil, mas é um soco na boca do estômago desferido por um boxeador no auge da forma – implacável e frio, como o inverno russo.” Daniel Oliveira