Por Antonio Carlos Egypto (SP)
O drama de dois homens que tiveram suas vidas enormemente prejudicadas, após a invasão pela polícia, e a repressão violenta de um Baile Black de um local chamado Quarentão. Vamos acompanhar um homem que agora vive com uma perna mecânica e um outro, em cadeira de rodas. As consequências terríveis estão lá, mostradas com todo realismo, mas não a cena que as gerou. Ou mesmo o clima concreto que mantém e sustenta esse tipo de ação.
A história trágica será contada na forma de fábula, para poder criar perspectivas que não se resumam a lamentar o passado, mas possam gerar algo no futuro. Vingança? Reparação? Ódio realimentado?
A vitória do cinema local
Por Michel Toronaga (Brasília, Convidado da Abraccine)
A 47ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcada pela vitória da cultura cinematográfica na capital do país. Este ano, além do tradicional Cine Brasília – a casa oficial do evento –, exibições aconteceram também no Museu Nacional da República (que fica no centro do Plano Piloto, na Esplanada dos Ministérios) e em regiões administrativas da cidade, como no Teatro da Praça de Taguatinga, no CG do Gama, no Teatro de Sobradinho e no Sesc de Ceilândia. A ideia, reforçada pelo secretário de cultura do DF e pela coordenação do festival, era descentralizar e democratizar a sétima arte nacional.
A vitória de Branco Sai. Preto Fica (imagem acima), do cineasta Adirley Queirós, parece ser uma consequência positiva desse processo. Cria de Ceilândia, ele mostrou a força e a qualidade da produção audiovisual da cidade satélite. Um endereço fértil que chama a atenção, não apenas nessa área, mas também em outras vertentes artísticas. Basta lembrar o talento de Ellen Oléria, cantora descoberta na primeira edição do reality show global The Voice Brasil, na Globo.