Em memória de Celso Marconi (1930-2024)

Foto de Gertrud Keusen, a Trudy, companheira de Celso. Aqui, ele celebrava o aniversário de 90 anos, em agosto de 2020. Reprodução de sua página no Facebook..

O novo ano começa para a crítica de cinema com o lamento pela perda de Celso Marconi, profissional cujo legado no pensamento sobre a sétima arte influenciou e continua a influenciar colegas de diferentes gerações — não só em Recife, sua terra natal, mas em todo o Brasil. Sem falar no público cinéfilo para quem a leitura de seus textos é um deleite inesgotável.

Celso Marconi de Medeiros Lins estava com 93 anos e morreu de causas naturais no fim da noite de 2 de janeiro de 2024, em Olinda, cidade onde morava. Seu velório e sepultamento ocorreram no dia seguinte, no cemitério Morada da Paz, na cidade de Paulista, também em Pernambuco.

Além de crítico de cinema e artes plásticas, Marconi foi jornalista, cineasta, professor, gestor e curador. Um verdadeiro intelectual e também reconhecido agitador cultural e ativista. Sua trajetória pessoal e profissional está documentada na biografia “Celso Marconi: O Senhor do Tempo”, publicada pela Cepe Editora e escrita pelo jornalista e crítico Luiz Joaquim.

Em seu site, Cinema Escrito, o autor do livro presta uma homenagem a Celso Marconi, cuja leitura na íntegra é recomendada para quem deseja saber um pouco sobre quem foi esta pessoa de importância inestimável para o jornalismo cultural em Recife e para a crítica de cinema no Brasil. Um trecho:

Ouvir as histórias de vida de Celso era ouvir, com riqueza de minúcias e de maneira personificada, sobre as transformações do jornalismo, da cultura nacional, da cidade do Recife e do mundo em sua complexidade política nas últimas nove décadas. Nove décadas!

(…)

Uma vida em constante busca por um sentido pela arte que, revista hoje, parece inacreditável em suas tantas realizações e influências definidoras para a cultura pernambucana. Celso deixa algumas, com o plural em destaque, gerações de órfãos, eternos devedores das lições que nos legou.

O jornalista/artista conheceu pessoalmente Che Guevara, Mao Tse Tung, Maysa, Miguel Arraes, Assis e Fernando Chateaubriand, Jânio Quadro, Jango, Paulo Freire, Glauber Rocha, Chico Buarque, Caetano Veloso, José Carlos Avellar, Moniz Vianna e tantos outros enormes.

E eu tive o privilégio de também conhecer todos eles ao entrar pela porta da frente no mundo de Celso Marconi.

Em memória de Celso Marconi, nós também recomendamos assistir à entrevista realizada pelo jornalista e crítico Bruno Carmelo para o site Papo de Cinema, em setembro de 2021. Textos mais recentes escritos por Marconi podem ser encontrados no portal Vermelho e na página que ele próprio alimentava no Facebook com comentários e poesias.

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