O Júri da Abraccine no 33º Cine Ceará, organizado em parceria com a Aceccine (Associação Cearense de Críticos de Cinema), foi composto pelos críticos João Paulo Barreto, Lilianna Bernartt (convidada) e Marcelo Müller. O festival aconteceu de 25 de novembro a 1º de dezembro, em Fortaleza.

O prêmio de Melhor Longa Ibero-americano ficou com “O Castigo” (El castigo), de Matías Bize (Chile), enquanto o de Melhor Curta Brasileiro foi para “Pulmão de Pedra”, de Torquato Joel (Paraíba).

Leia as justificativas do júri:

MELHOR LONGA IBERO-AMERICANO: “O CASTIGO”

Pela coragem de um roteiro feminino que discute a maternidade compulsória com extrema sinceridade, contribuindo para a amplitude da discussão do tema da autonomia do corpo feminino e ainda superando os desafios técnicos de um plano sequência, o Prêmio de Melhor Longa Metragem Ibero-Americano do 33º Cine Ceará concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine vai para “O Castigo”, de Matías Bize.

MELHOR CURTA BRASILEIRO: “PULMÃO DE PEDRA”

“Morte que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia”. O verso de João Cabral de Melo Neto no clássico Morte e Vida Severina ecoa nos brônquios de pedra golpeados pelo trabalhador que morre um pouco a cada querer sobreviver. Por simbolizar através da caverna o pulmão doente do operário brasileiro, denunciando a insalubridade de quem minera a matéria prima daquilo que não vai usufruir, mas preservando a poesia de Pedros, Raimundos, Josés e Joãozinhos: “Cada garimpo é um sonho. Cada sonho é uma ilusão. E para poder sobreviver, ele tem que promover a sua própria destruição”. O Prêmio de Melhor Curta-metragem da mostra competitiva brasileira do 33º Cine Ceará concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema – Abraccine vai para “Pulmão de Pedra”, de Torquato Joel.