O Júri Abraccine na 19ª Mostra CineBH foi formado pelas críticas Kel Gomes, Vivi Pistache e Natália Bocanera (convidada). O festival aconteceu de 23 a 28 de setembro de 2025, em Belo Horizonte (MG).

O longa-metragem premiado pelo júri Abraccine foi “Punku”, de Juan Daniel Fernández Molero.

O filme “Chicharras”, de Luna Marán, recebeu uma menção especial do júri.

Leia as justificativa dos júris e saiba mais sobre os filmes:

MELHOR FILME: “Punku”

Numa refinada arquitetura do (in)consciente, entre memória, sonho, mito e realidade, ergue-se uma obra que abre portais de sentido e experiência, onde cosmovisões tradicionais se entrelaçam a atualizações de gênero, inclusive fílmico. Conduzido pela força do feminino, revela um território íntimo e múltiplo, em que corpos e paisagens se transformam em matéria poética e perturbadora. Por sua capacidade de reinvenção e atravessamentos, o Prêmio Abraccine vai para “Punku”, de Juan Daniel Fernández Molero.

Sinopse do filme: Na Amazônia peruana, Meshia encontra Ivan, um menino desaparecido há dois anos, e o leva para a cidade em busca de uma cirurgia urgente nos olhos. À medida que o vínculo entre os dois se aprofunda, Ivan enfrenta seus traumas e sonhos perturbadores, enquanto Meshia persegue suas ambições e se agarra às próprias ilusões..

Menção honrosa: “Chicharras”

O Júri Abraccine também faz menção honrosa a “Chicharras”, de Luna Marán, ao nos envolver em uma comunidade viva e autônoma, que, mesmo diante das caravelas perenes do colonialismo, afirma-se como um corpo político coletivo e insubmisso, uma verdadeira inspiração.

Sinopse do filme: Yuli (38) é a Topila (polícia auxiliar) de San Pablo Begú, uma comunidade serrana em Oaxaca onde os moradores, de forma rotativa, assumem responsabilidades de autogoverno honorário (Comunalidad), ao mesmo tempo em que seguem com suas atividades pessoais e de trabalho. Na entrada do povoado, ela intercepta um conjunto de máquinas que tentam se instalar para dar início à construção de uma estrada de quatro faixas. Ao dar o alerta, nenhuma autoridade tinha conhecimento do fato, e a comunidade entra em estado de vigilância. San Pablo Begú terá que decidir se aceita ou não o projeto rodoviário.